Sódio

Resumo:

Recomendações Nutricionais:

  • Homens: 2300mg/dia
  • Mulheres: 2300mg/dia
  • Gestantes: 2300mg/dia
  • Lactantes: 2300mg/dia
  • 1g de sal = 400mg de sódio
  • 2300mg de sódio = 5,8g de cloreto de sódio – Sal

Recomendações Nutricionais:

  • Homens: 2300mg/dia
  • Mulheres: 2300mg/dia
  • Gestantes: 2300mg/dia
  • Lactantes: 2300mg/dia
  • 1g de sal = 400mg de sódio
  • 2300mg de sódio = 5,8g de cloreto de sódio – Sal

Geralmente o cátion sódio e o ânion cloro são encontrados nos alimentos como cloreto de sódio (sal de cozinha). (2) Mas ele também pode ser consumido como bicarbonato de sódio, glutamato monossódico, fosfato, carbonato e benzoato de sódio. (2)

A AI para o sódio foi estabelecida em 1,5g (65mmol/dia) para adultos jovens (3,8g de cloreto de sódio). (2) Porém, as DRIs foram revisadas, e uma nova categoria denominada ingestão de redução de risco de doença crônica (CDRR – chronic disease risk reduction intake) foi criada em substituto a UL. (2)

Dentro dessa nova proposta, o valor de CDRR de sódio para adultos (>18anos) é de 2,3g/dia de sódio ou 5,8g de cloreto de sódio, de modo que a ingestão acima desse valor aumenta o risco de doenças crônicas (principalmente doenças cardiovasculares). (2)

Essa nova proposta considera que não há evidencias suficientes de risco de toxicidade de sódio dentro da população aparentemente saudável para estabelecer um valor de UL. (2)

Redução da ingestão de sódio:

Não existe nenhuma evidencia que a ingestão insuficiente de sódio seja objeto de interesse de saúde pública, mas a diminuição do seu consumo pode ser interessante. (1)

Uma ingestão reduzida de sódio pode ter outros benefícios para a saúde além da hipertensão. (1) Entre os possíveis benefícios estão a redução do risco de doença cardiovascular subclínica, lesão renal, câncer gástrico, e metabolismo mineral alterado. (1)

Em estudos transversais especificamente, a massa ventricular esquerda esta diretamente relacionada a ingestão de sódio, e um pequeno ensaio realizado no início de 1990 comprovou que a redução do sódio pode reduzir a massa do VE. (1)

Em suma, os dados existentes respaldam fortemente as atuais recomendações para que a população em geral diminua a ingestão de sódio, tanto optando por alimentos com baixo teor do mineral quanto limitando a quantidade de sódio acrescentada à comida. (1)

Absorção:

A absorção do sódio e do cloro ocorre principalmente no intestino delgado, sendo aproximadamente 98% da quantidade consumida absorvida. (2)

Metabolismo:

Excreção:

No individuo saudável, o cloreto de sódio é excretado pelo rins, com quantidades variáveis perdidas por meio da pele (suor) e das fezes, podendo ser excretado também através de vômitos e da diarreia. (2)

Mas a maior parte do cloreto de sódio ingerida é excretada na urina, quando o suor não é excessivo. (2)

Em individuos que estão em equilíbrio em relação ao sódio e aos fluidos, a quantidade de sódio excretada na urina é praticamente igual a ingerida. Isso decorre da capacidade do rim humano poder filtrar em torno de 25.000mmol de sódio/dia e reabsorver 99% do filtrado. (2)

Há vários sistemas e hormônios que influenciam no balanço de sódio e cloro, incluindo o sistema renina-angiotensina-aldosterona, o sistema nervoso simpático, o peptídeo atrial natriurético, o sistema calicreína-quinina, vários mecanismos intrarrenais e outros fatores que regulam o fluxo sanguíneo renal e medular. (2)

A angiotensina II, um potente vasoconstritor, regula o túbulo proximal do néfron para promover retenção de sódio e cloro, estimulando também a liberação de aldosterona do córtex adrenal. Já a aldosterona promove a reabsorção renal do sódio no túbulo distal do néfron. (2)

Como consequência da redução da ingestão de sódio, do volume sanguíneo reduzido, ou da pressão sanguínea reduzida, o sistema renina-angiotensina-aldosterona é estimulado. E essa resposta compensatória será ainda maior quando a ingestão de sal for diminuída e de forma brusca. (2)

Agora, uma redução modesta da ingestão de sal a longo prazo leva apenas a um pequeno aumento da atividade plasmática da renina e a nenhuma alteração detectável da atividade do sistema nervoso simpático. (2) Sistema que exerce importante papel na regulação da excreção de sódio e cloro por meio de três mecanismos: alteração no fluxo sanguíneo medular renal, liberação de renina e efeitos diretos nos túbulos renais. (2)

E semelhante ao sistema renina-angiotensina-aldosterona, o sistema nervoso simpático é ativado durante a depleção de sódio e suprimido durante o excesso de sódio. (2)

Com volume elevado de fluido extracelular, há aumento de fluxo sanguíneo na medula renal, resultando em diminuição da concentração de sódio no fluido, que chega à alça de Henle no túbulo renal. Esse decréscimo leva à redução da reabsorção de sódio do néfron; então, mais sódio é entregue para a excreção aos túbulos renais. (2)

Já o peptídeo natriurético atrial (ANP) é liberado em resposta ao volume de sangue elevado e serve como um regulador do sistema renina-angiotensina-aldosterona. O ANP diminui a liberação de renina, e portanto, a liberação de angiotensina II e aldosterona, e aumenta a taxa de filtração glomerular. (2)

Essas ações contribuem para reduzir a pressão e o volume sanguíneo. (2)

Potássio:

A administração de sais de potássio parece aumentar a excreção urinaria de sódio. (2)

Em humanos saudáveis, tanto o bicarbonato quanto o cloreto de potássio mostraram ter efeito substancial no aumento da excreção urinaria de sódio. (2)

Estudos em animais sugerem que o potássio pode inibir a reabsorção de sódio no túbulo distal do rim por reduzir o volume extracelular e do plasma. Sendo esse mecanismo considerado um importante efeito anti-hipertensivo do potássio. (2)

Funções no organismo:

O sódio é o cátion mais abundante no liquido extracelular do corpo. (2) Ele age como outros eletrólitos, em especial o potássio, no liquido intracelular, para regular a pressão osmótica e manter o equilíbrio hídrico no interior do organismo. (2)

Transmissão de impulsos nervosos:

O sódio é necessário para transmitir os impulsos nervosos e estimular a ação muscular, sendo o cátion mais abundante no liquido extracelular do corpo humano. (2)

Transporte de substancias:

Ele também é necessário ao transporte ativo de substancias por meio das membranas celulares, sendo bem conhecida sua participação na absorção da glicose no intestino delgado. (2)

Equilíbrio ácido básico:

O cloro é o ânion que se combina com o sódio, no liquido extracelular, e com o potássio no meio intracelular, para manter a pressão osmótica e o equilíbrio acidobásico do organismo. (2)

O excesso de ácido e de sódio derivados da dieta leva ao aumento de excreção de cálcio urinário e reduz a excreção de citrato na urina. As consequências são um possível aumento de desmineralização óssea, aumento do risco de cálculos renais de cálcio e distúrbios metabólicos que podem estar relacionados à osteoporose e à proteinúria. (2) Por essa razão vários estudos observaram que o consumo adequado de potássio diminui a excreção de cálcio na urina e pode melhorar o seu balanço. (2)

Problemas relacionados ao excesso de sódio:

O excesso da ingestão de sódio tem sido relacionado a um aumento da excreção urinaria de calcio e proteína, a uma maior incidência de infarto do miocárdio, cálculos renais e também a uma maior predisposição à ocorrência de óbitos por câncer de estomago. (2)

Hipertensão Arterial:

(+Sobre hipertensão)

O maior efeito adverso da ingestão aumentada de cloreto de sódio é a elevação da pressão sanguínea, reconhecidamente um fator de risco para doenças cardiovasculares e renais. (2) Estudos epidemiológicos tem mostrado que a frequência com que a hipertensão é encontrada em uma população aumenta em relação à quantidade habitual de sódio consumido por ela. (2)

Porém, alguns autores relatam que a relação sódio/potássio estaria mais envolvida que a quantidade isolada de sódio consumida. (2) De fato, a deficiência moderada de potássio, que ocorre sem hipocalemia, é caracterizada pelo aumento da pressão sanguínea, da sensibilidade ao sal entre outros sintomas. (2)

Asma:

Estudos recentes tem investigado os efeitos do alto consumo de sódio sobre problemas respiratorios, como na asma. (2)

Referências Bibliográficas:

1- Ross AC, Caballero B, Cousins RJ, Tucker KL, Ziegler TR. Nutrição Moderna de Shills na Saúde e na Doença. 11a. São Paulo: Manole; 2016. 1642 p.

2- Cozzolino S. Biodisponibilidade de Nutrientes. 6a. São Paulo: Manole; 2020. 934 p.

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